viernes, 28 de septiembre de 2012

III. Rio Grande do Sul Tchê!



Embora este Blog esteja escrito em espanhol, não podia deixar de homenagear em algum dos meus relatos à belíssima língua portuguesa e as grandes amizades que fiz no Rio Grande do Sul, maravilhosa terra onde aprendi este idioma. De antemão apresento minhas desculpas caso este relato apresente erros de português (postei ele sem mostrá-lo a algum falante nativo desta língua para que o o corrigisse). Bueno, sem mais introduções, vamos lá ao relato: 

Na minha estadia no Rio de Janeiro perguntei para o meu amigo Paulo Daltoé (quem conheci no intercambio que cursei na Univates) se tinha algum conhecido ou familiar na capital gaúcha onde eu pudesse pernoitar após chegar no aeroporto Salgado Filho. Ele me disse que tinha uns familiares dele que moravam nessa cidade e amavelmente entrou em contato com eles para que me acolhessem. Após 9 dias de viagem desde Bogotá, cheguei no aeroporto porto alegrense na noite da quinta-feira 5 de Julho em meio a uma incessante chuva. Assim que desci do avião, liguei para a Madalena Dullius (amiga de quem vou falar mais adiante), quem viajava nessa noite para participar em um evento acadêmico na Coreia do Sul. Fiz essa ligação para ver se ia ser possível nos cumprimentar antes da sua partida. Infelizmente, ela ainda demorar um pouco, pelo qual dei apenas um oi para ela e continuei meu caminho. Feita a ligação, mais uma vez armei a minha bicicleta e coloquei acima dela minha bagagem. Desta vez, tive que utilizar a roupa de chuva que levo junto. Com endereço em mão, liguei as luzes da bicicleta e peguei a estrada rumo à casa em que iria dormir essa noite, local onde fui extremamente bem atendido. Durante o percurso peguei alguns buracos que não dava para enxergar pela chuva e quebrei o bagageiro da bicicleta, fato do qual me dei conta só na manhã do dia seguinte.

Meu plano era ir de bicicleta desde Porto Alegre até Lajeado na sexta-feira 6 de Julho, porém, a chuva não parou. Preferi então pegar um ônibus a pedalar 120 Km sob a água. Aliás, na pedalada até a rodoviária me dei conta que o bagageiro não estava em condições de suportar semelhante distância. 

Durante a viagem de ônibus, um monte de lembranças do ano que morei em Lajeado viram a minha mente. Sem dúvida, esta experiência foi uma das melhores da minha vida. 

Uma vez na rodoviária de Lajeado, peguei minha bicicleta e fui até a Univates para cumprimentar a Viviane Bischoff, coordenadora do escritório de intercambio desta instituição. Se não fosse por ela e sua equipe de trabalho, seguramente a realização dos sonhos de todos aqueles ansiosos por conhecer outras realidades a través da acadêmia não seria possível. Ela me entregou a chave de uma casa a faculdade tem para os estudantes que vêm de outros países, lugar onde passei alguns dias preparando uma apresentação preliminar do meu TCC. Para minha surpresa, em horas da tarde foi publicada uma nota no site da Univates comentando sobre minha chegada em Lajeado, o motivo da minha vinda e como foi a viagem desde Bogotá (confira a nota neste enlace). Foi muito legal este recebimento, obrigado Viviane! 

Os dias prévios à apresentação passaram em meio de estudos, reencontros com amigos e pedaladas pela região. A apresentação ocorreu com sucesso e nela recebi sugestões sobre como deveria progredir com o trabalho, tendo agora que por na prática aquilo que tinha pesquisado. 

A amiga que comentei no começo é uma professora da Univates, coordenadora de um projeto de pesquisa do qual fui bolsista durante um semestre. Além de uma boa amizade com ela, na minha experiência como bolsista fizemos uma ótima equipe de trabalho, a partir da qual escrevemos dois artigos para eventos acadêmicos internacionais, sendo um deles na capital da Colômbia. O evento levou a nos encontrar de novo na minha terra natal. Na visita dela e Volmir (seu esposo) na minha casa em Bogotá, muito amavelmente me ofereceram a casa deles no Brasil caso eu precisa-se de um local para ficar enquanto dava conclusão ao TCC. 

Após fazer a apresentação preliminar do TCC decidi sair da casa em que estava e aproveitar para compartilhar com a família da professora enquanto concluía meu trabalho. Instalado na nova casa, foram poucos os dias para me sentir mais um membro da família. Graças a minha estadia na casa Dullius, conto agora com mais três irmãos (Júlia, Artur e Bruno) e também vários amigos, parentes e próximos da família. 

De volta na rotina de estudar, pedalar e conviver com minha nova família, dei conclusão ao meu TCC em mais ou menos dois meses. Fruto deste trabalho e mais seis anos de estudo, obtive um resultado muito satisfatório: me formei no dia 28 de Setembro (na minha faculdade na Colômbia) como Licenciado em Eletrônica. Não assisti a minha cerimonia de formatura devido a esta viagem de bicicleta que decidi fazer, porém, o meu diploma foi entregue aos meus pais nesse evento. 

Devido aos dias que estive em Lajeado e que nesta ocasião vim ao Brasil como turista e não como estudante, meu prazo no passaporte chegou ao fim. Por esta razão, peguei um ônibus desde Lajeado rumo a Foz do Iguaçú, fronteira de maior conveniência para meu retorno de bicicleta à Colômbia, onde carimbei minha saída do Brasil e obtive mais 90 dias no passaporte para continuar a minha viagem. 

Termina aqui o relato (muito resumido) da minha estadia no Rio Grande do Sul, no entanto, ainda quero aproveitar esta publicação no Blog para alguns agradecimentos. 

Devo comentar que dizer MUITO OBRIGADO é pouco demais para expressar o imenso sentimento de agradecimento que tenho para a Madalena Dullius e a sua família. Nunca imaginei que aquilo que começou com uma entrevista para concorrer em uma bolsa de pesquisa tivesse terminado em uma experiência tão maravilhosa. 

Quero fazer uma menção especial para o meu amigo Elton de Andrade e sua família, os quais nunca deixam na mão um irmão colombiano. Gracias embajador! 

Obrigado também ao Kleber, quem fez o bagageiro dianteiro para minha viagem 

Entre as pedaladas memoráveis, destaco as que fiz em companhia de: 

  • Paulo Daltoé, com quem aprendi um pouco sobre bicicross 
  • Mariela Portz, apaixonada por corridas de aventura 
  • Indianara Gonçálves, prima da Mariela Portz. 
  • Jean Carlo Hansen, da equipe de corrida de aventura Adrennon 
  • Claiton Ketzer e Luiza Schwab, casal de ciclistas que me convidou para uma ótima pedalada desde Santa Cruz do Sul até a Lagoa da Harmonia em Teutônia. 
  • Galera do grupo Randonax, que acompanhou o passeio até a Lagoa da Harmonia. 
  • Galera do Grupo Pedalajeado (Roni Kummer, Daniel Scartezini e demais), com quem fiz vários passeios de bicicleta noturnos até Colinas 
  • Artur Dullius e Afonso Dresch, que me levaram a conhecer um pouco mais de Cruzeiro do Sul 
  • Madalena Dullius, em um inesquecível passeio noturno de lua cheia 
Por ultimo, quero dar um especial obrigado a todas as pessoas que também fizeram parte desta nova experiência no Rio Grande do Sul, entre elas: 

Rodrigo Wolff Porto, Eduardo Senhem, Cirilo Polidoro, Eric de Quadros, Augusto Lieberknecht, Anderson Giacamolli, Vandro Weber, Daine Weschenfelder, Candida Erthal, Elizete de Azevedo, Clara Darde, Ricardo Comel, Eduardo Pires, Cassiano Pittol, Bruno Zanatta e os estudantes de intercambio da Colômbia e Portugal. 

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